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18/11/2012

JOÃO SURDO

JOÃO SURDO

Texto publicado em NOVEMBRO DE 2012, na Coluna do ADhemyr, do JR NOTÍCIAS, de São Paulo - SP }} www.jornalnoticias.com.br

Desempregado, ele descobriu um filão, mas que, à primeira vista, lhe pareceu um fiasco, --- tornou-se vendedor de aparelhos de surdez.
Achou que devia começar por um local barulhento, --- o que não falta na Grande São Paulo. Escolheu, por questão de “comodidade”, e também por time, o centro de Diadema. Postou-se na esquina da Rua Antonio Piranga com a Avenida Alda. Ficou com um aparelho na mão, mostrando às pessoas, oferecendo-o. Mas, em vista do barulho, ninguém ouvia o João. (Seu nome era João). Vez por outra vendia algum aparelho.
Tanto ficou naquele lugar, que acabou ele mesmo perdendo considerável parte da audição.
E teve, --- ele mesmo --- que usar aparelho de surdez... E como ninguém já não o ouvia desde antes, ele criou um cartaz, pendurou-o nas costas, com os seguintes dizeres, --- “Aparelhos de surdez do João Surdo. Tão ‘bão’ que eu também uso”.
Pronto! Começou a vender horrores! E, como para se consolar, dizia a si mesmo, --- abençoado esse lugar barulhento, que apesar de me deixar surdo, me rende agora uns trocados.
Com efeito, tanto vendeu que, passados alguns anos, montou sua própria loja, --- “João Surdo, Aparelhos de Surdez”.
Não enriqueceu, óbvio; está bem financeiramente.
E sempre bendiz o centro de Diadema, um dos locais mais barulhentos que já se viu.

Escritor ADhemyr Fortunatto

09/11/2012

UMA ANTIGA FOTO TUA...


UMA ANTIGA FOTO SUA
Por: Escritor ADhemyr Fortunatto


A foto, amarelada pelo tempo,
tem um quê de mim em você...
Talvez um eu que viria,
um dia.
Bem mais tarde...

Gostaria de estar inserido
nessa fotografia,
pelo menos no que concerne
à possibilidade de então, ---
gostaria de aparecer na foto

mesmo estando só em teu coração...
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Escritor ADhemyr Fortunatto, noite de de 08.11.2012.
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06/11/2012

O IDEAL DE FALSIDADE


O IDEAL DA FALSIDADE
Por: Escritor ADhemyr Fortunatto

As mulheres nos cobram sinceridade.
Mas nos induzem à ambiguidade.
Isto porque a idealização é irmã gêmea da falsidade.
A idealização leva à construção de um ser inexistente, --- o homem ideal.
Tanto que nenhuma mulher aceita um homem “como ele é”.
Não basta só ser homem, --- tem que ser o homem como querem que você seja.
O homem ideal, para maioria das mulheres, é aquele que é poético, que a faça alegre, e que seja homem na hora “h”. E, --- contradição --- que seja sin-ce-ro... (Talvez original, digo eu...).
Parece tão simples, mas não é.
Se homem assim fosse comum, não haveria a idealização...
Experimente ser o que você é --- ficará sozinho, senão “de verdade”, pelos menos literalmente.
A maioria das mulheres sente desprezo pelo homem que insiste em ser ele mesmo. (Ou seja, aquele que diz que não muda por nada nem por ninguém...).
Aí daqueles que são avessos às mudanças!... (Às adaptações, digo eu...).
O homem se for muito autêntico poderá não ser aceito pela mulher.
Porque isso fragiliza (ou detona) a idealização dela.
Está certo que está difícil encontrar alguém normal nesse tempo insano.
Por isso não serei eu a fazer apologia à autenticidade...
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Autor: ADhemyr Fortunatto
Texto publicado na COLUNA DO ADhemyr, do JR NOTÍCIAS (www.jornalnoticias.com.br), na edição de outubro de 2012.